educação e liberdade
Um lugar para falar sobre educação livre (unschooling) e para inspirar aqueles que querem viver uma experiência educacional diferente em suas famílias.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
É preciso ouvir toda a vibração dos olhos de uma criança
domingo, 11 de setembro de 2011
Os professores são importantes, sim!
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Um trechinho para pensarmos - lugar e identidade
"Mais vezes do que eu consigo me lembrar, professores ou pais têm me dito, sobre alguma criança, "Ele não queria fazer tal coisa, mas eu o forcei, e agora ele está feliz, e se eu não o tivesse forçado, ele nunca teria feito nada." Outro dia, um agradável e provavelmente amável professor de natação me falou sobre uma criança que não queria nadar, e que ele o forçou a nadar, e a criança aprendeu e agora gosta de nadar, então por que ele não deveria ter o direito de forçar todas as pessoas a nadar? Existem muitas respostas. A criança poderia ter, a seu tempo, aprendido a nadar por seu próprio interesse, e não ter apenas o prazer de nadar, mas também o prazer muito mais importante, de ter descoberto sozinho o prazer de nadar. Ou ele poderia ter usado aquele tempo para descobrir outras habilidades e prazeres, tão bons quanto. O problema real, como eu falei para este professor, é este: Eu amo nadar, e numa escola onde nada mais é compulsório eu poderia ver motivo para tornar compulsória a natação. Mas para cada criança naquela escola há dezenas de adultos, cada um convencido de que tem alguma coisa de vital importância para "dar" à criança que ela jamais conseguiria por si própria, todas dizendo para a criança "Eu sei o que é melhor pra você [mais do que você]." Depois que todas essas pessoas terminam de obrigar a criança a fazer o que elas 'sabem' que é melhor pra elas, não resta mais tempo nem energia. O que é pior, a criança não tem mais o sentimento de estar sob controle de sua própria vida e aprendizado, ou de que ela poderia ter este controle, ou de que ela merece ter este controle, ou que se ela tivesse esse controle ela não se sairia mal. Em resumo, ela apenas está onde os outros dizem que ela está, ela é apenas o que os outros dizem que ela é."
Estamos formando adultos que têm uma enorme dificuldade em descobrir quem são?
quarta-feira, 15 de junho de 2011
O que nos move é mais profundo do que a crítica às escolas
domingo, 12 de junho de 2011
A questão que nunca se cala: e a socialização?
terça-feira, 7 de junho de 2011
Educação livre - por quê?
- John Holt
domingo, 5 de junho de 2011
A morte do amor pelo aprendizado
“Se eu não estivesse aqui para exigir e cobrar de vocês, vocês não fariam nada.”
As crianças, quando bem pequenas, encontram dentro de si mesmas a motivação para aprender. Mesmo que ninguém exija nada, elas desejam ardentemente aprender a andar, a falar, a correr, a subir, a pular, a encaixar, a fechar, a abrir, a dançar, a equilibrar. Elas não precisam de ninguém cobrando isso delas, porque elas amam e querem muito aprender sobre as coisas deste mundo tão interessante no qual os adultos fazem tantas coisas ainda estranhas. Elas desejam extrair sentido de cada gesto, cada objeto, cada engrenagem, cada ser vivo, e para isso vão conquistando o aprendizado de coisas extremamente complexas numa velocidade que deixa toda mãe e todo pai atônitos.
Então por que um professor falaria tal frase para um grupo de alunos? O que aconteceu no meio do caminho para que essas crianças antes tão apaixonadas e tão hábeis em aprender se transformassem em crianças desinteressadas, que não prestam atenção, que não fazem as lições e não aprendem nada se não estiverem sob a força de um cabresto?
O que aconteceu é que a partir do momento em que elas foram para a escola, elas foram perdendo aos poucos a motivação que havia dentro delas mesmas. Ao ser submetida a currículos e provas, a criança vai mudando o foco do aprendizado: antes, era preciso aprender para fazer coisas legais, para atender a uma necessidade ou vontade daquele momento; agora, é preciso aprender para ganhar uma boa nota, para passar de ano, para agradar ao professor e para agradar aos pais. E é preciso aprender coisas que não interessam naquele momento, que são parcial ou completamente desconectadas de sua realidade. Na ordem em que o currículo manda, e não na ordem da sua curiosidade, da sua ansiedade em entender as coisas do mundo.
Não há outra conseqüência para esta prática do que a morte de quase toda centelha de alegria e amor pelo aprendizado. Pode ser que essas crianças, na vida adulta, consigam se libertar da institucionalização do ensino e reconquistar esse amor pela compreensão do mundo. Mas certamente nunca em sua totalidade.
(a frase é do filme “entre os muros da escola”)